O Hotel Assombrado Joelma: Uma Tragédia Sombria e Uma História de Outro Mundo

 

O Hotel Assombrado Joelma: Uma Tragédia Sombria e Uma História de Outro Mundo


fonte da imagem: O Globo



Relato de Uma Noite Inesquecível em Busca da Verdade









Era uma noite fria e nebulosa quando decidi me aventurar nas entranhas do Hotel Joelma, um dos locais mais infames do Brasil, onde sombras e segredos se entrelaçam em uma dança macabra de lembranças e assombração. Um hotel que, guardado entre a arquitetura moderna da cidade de São Paulo, esconde uma tragédia sombria que, por décadas, continua a alimentar os murmúrios da superstição e do medo.

Caminhei pelas ruas quase desertas, sentindo a atmosfera pesada e carregada de histórias não contadas. O Hotel Joelma, elevado e imponente, parecia me observar enquanto me aproximava. Suas janelas escuras refletiam apenas o brilho pálido da lua, como se as almas perdidas dentro dele estivessem tentando se comunicar com o mundo exterior.

Ao entrar no lobby, fui recebido por um silêncio sepulcral, quebrado apenas pelo eco distante dos meus próprios passos. A recepção estava vazia, exceto por um funcionário de aparência cansada, que me olhou com uma mistura de desconfiança e curiosidade. Sem hesitar, pedi um quarto. Ele hesitou, como se desejasse me alertar sobre algo, mas, em vez disso, apenas entregou-me a chave, um pequeno objeto de metal desgastado que parecia carregar o peso de muitas histórias.

Subi até meu quarto no andar mais alto. A sensação de ser observado era palpável; uma pressão constante contra minha pele. Cheguei à porta, e, ao abrir, um frio cortante me envolveu, como se o ar estivesse impregnado de uma tristeza profunda. As paredes eram adornadas com papel de parede desbotado, e o cheiro de mofo invadia cada canto do espaço. Sentei-me na beirada da cama, absorvendo a atmosfera opressiva, e me perguntei: que horrores já haviam ocorrido ali?


fonte da imagem: CNN Brasil




Meus pensamentos foram interrompidos por um barulho vindo do corredor. Era uma risada distante, uma risada que parecia ecoar através do tempo e do espaço. Fui tomado por uma irresistível curiosidade e, mesmo contra meu melhor julgamento, saí do quarto para seguir o som.

O corredor era longo e mal iluminado. A cada passo, as tábuas rangiam sob meu peso, ecoando como se o próprio hotel estivesse se queixando da minha presença. A risada persistia, levando-me a um canto do corredor onde a luz falhava, criando sombras que dançavam ao meu redor.

Finalmente, cheguei a uma porta entreaberta. O som vinha de dentro. Com o coração batendo acelerado, empurrei a porta e entrei. O que encontrei me deixou sem palavras: um grupo de pessoas reunido em um círculo, aparentemente em uma sessão espírita. Velas iluminavam seus rostos, revelando expressões de medo misturadas à expectativa.

Um dos participantes, com um olhar hipnotizado, rapidamente me notou e fez um gesto para que me juntasse a eles. Hesitei, mas algo em minha curiosidade me impediu de recusar. Contei a eles quem eu era, e, embora parecessem inicialmente surpresos, logo me aceitaram como parte da estranha reunião.

A mediadora começou a falar sobre as tragédias que assolaram o Hotel Joelma em sua história. Era ali que, em 1974, um incêndio devastador ocorrera, resultando em inúmeras mortes e sofrimento. Muitos moradores não conseguiram escapar, e suas almas, segundo a crença popular, permaneceram presas entre as paredes daquele lugar.

Enquanto ouvia suas histórias, a atmosfera começou a mudar. Um frio intenso tomou conta do ambiente, e a chama das velas vacilou. Um sentimento de urgência tomou conta de mim; algo estava prestes a acontecer. A mediadora então fez uma pergunta que ressoou em minha mente: “Qual é a tragédia que ainda clama por justiça aqui?”

Nesse momento, uma onda de energia percorreu a sala. Sentimentos de dor e angústia invadiram meu ser. Em um flash, visões do incêndio começaram a surgir em minha mente: gritos, correria, e o desespero das pessoas tentando escapar. Era como se eu estivesse vivendo a cena, sentindo o calor das chamas consumindo tudo ao meu redor.

Despertei desse transe sobressaltado, e percebi que todos na sala estavam à beira das lágrimas. A mediadora, percebendo a intensidade do momento, tentou acalmar a todos, mas uma voz doce, porém trágica, imediatamente emergiu das sombras; era a voz de uma mulher que sussurrava meu nome.

A sala ficou em abalos. A voz parecia ecoar em minha cabeça. “Ajude-me”, ela implorou. “Estou presa”. O pânico tomou conta de mim. Saí correndo da sala, sem rumo, sem pensar. O corredor parecia se estender indefinidamente. Custei a encontrar o caminho de volta para meu quarto, onde a realidade parecia mais segura e controlada.

Tranquei a porta e sentei-me no chão, tentando entender o que havia ocorrido. Mas as visões persistiram, assim como a voz. Aquela alma, perdida e angustiada, parecia não me deixar em paz. A tristeza e a solidão reverberavam na minha mente, e o clima pesado do hotel estava cada vez mais intenso.

Decidido a enfrentar meus medos, peguei meu gravador e comecei a registrá-los. O ato de capturar aquelas histórias em áudio parecia ser um ato de respeito, uma forma de dar voz aos mudos, de oferecer uma plataforma para que suas histórias não fossem esquecidas. Comecei a relatar tudo o que havia presenciado, esperando que fosse a chave para ajudar aquela alma a encontrar a paz.

De repente, meu gravador começou a falhar, e uma voz começou a se sobrepor à minha. “A verdade deve ser revelada”, sussurrou novamente. Apaguei tudo e decidi voltar à sala onde a sessão espírita havia ocorrido, determinada a saber mais sobre a mulher que implorava por ajuda.

Ao retornar, encontrei o grupo ainda lá, mas o clima havia mudado. Havia uma sensação de realização, como se algo houvesse sido finalmente resolvido. A mediadora me olhou com um brilho nos olhos e disse que a energia estava diferente, que as almas, de alguma forma, estavam mais leves.

“Conseguimos liberar uma delas”, afirmou. Eu sabia que a mulher que havia falado comigo não tinha sido apenas uma figmentação da minha mente; algo mais profundo estava acontecendo. Perguntei se uma cerimônia poderia ser realizada para ajudar as outras almas a encontrarem paz.


fonte da imagem: Superinteressante



A ideia foi aceita, e imediatamente, todos se reuniram. Juntos, começamos a clamar pela força de seus espíritos, oferecendo entrelaçar de histórias como um ato de amor e respeito. As velas tremeluziam e pequenas correntes de vento surgiram, como se uma nova esperança estivesse nascendo.

Quando o ritual chegou ao fim, um silêncio confortante tomou conta do ambiente, e algo dentro de mim se acalmou. Aquela experiência me moldou, deixei o hotel na manhã seguinte, ainda envolto em mistério, mas com a certeza de que as histórias nunca morrem. Elas continuam a viver entre nós, a nos ensinar, a nos lembrar das tragédias do passado e a necessidade de dar voz àqueles que não podem mais falar.

Quem diria que um simples hotel poderia guardar tantas histórias e emoções? A tragédia do Joelma não é apenas uma lembrança sombria; é uma lição eterna sobre a fragilidade da vida e a força do amor que perdura além da morte.




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