Historia de terror O Espelho de Monte Bianco
Uma História de Terror Baseada em Fatos Reais
Itália, 1766
O inverno de 1766 foi um dos mais rigorosos que a pequena vila de Monte Bianco, nos Alpes italianos, já havia enfrentado. A neve cobria as casas de pedra como um manto fúnebre, e o vento uivava entre os vales como se trouxesse consigo os lamentos dos mortos. Foi nesse cenário gélido que um evento inexplicável aterrorizou os moradores da região, deixando marcas que persistiram por gerações.
O Desaparecimento dos Lenadores
Tudo começou em janeiro, quando três lenadores saíram para cortar madeira nas florestas próximas e nunca mais voltaram. Seus corpos foram encontrados semanas depois, congelados e dispostos em círculo, com expressões de puro terror esculpidas em seus rostos. O mais perturbador, porém, era o que estava no centro desse círculo: um espelho antigo, emoldurado em prata negra, completamente intacto, apesar da neve e do vento.
Ninguém sabia de onde o objeto havia vindo. A região era isolada, e a família mais próxima que poderia ter perdido tal artefato morava a dias de viagem. O padre local, Don Vittorio, ordenou que o espelho fosse levado para a igreja, temendo que fosse obra do demônio. Mas o verdadeiro horror só começou quando o objeto chegou ao vilarejo.
Os Reflexos que Não Pertencem a Este Mundo
Na primeira noite após o espelho ser colocado no porão da igreja, o sacristão, um homem idoso chamado Giuseppe, foi encontrado morto diante dele. Seus olhos haviam sido arrancados, e sua boca estava congelada em um sorriso grotesco. Os aldeões, em pânico, exigiram que o objeto fosse destruído, mas Don Vittorio, movido por uma curiosidade macabra, insistiu em estudá-lo antes.
Foi então que os relatos começaram.
Vários moradores juraram ter visto figuras se movendo dentro do espelho quando não havia ninguém refletido nele. Uma criança afirmou ter visto uma mulher de vestido branco, com olhos vazios, estendendo a mão para fora do vidro. Outros ouviram sussurros vindos de seu reflexo, palavras em uma língua antiga que ninguém reconhecia.
A lenda local dizia que, séculos antes, uma bruxa havia sido queimada naquelas montanhas, e que antes de morrer, ela amaldiçoou um espelho, jurando que qualquer um que olhasse para ele veria não o seu próprio rosto, mas o destino que os aguardava após a morte.
A Verdade por Trás do Espelho
Don Vittorio, determinado a descobrir a verdade, passou noites em claro estudando textos antigos. Em um manuscrito empoeirado, encontrou a história de Eleonora di Santi, uma mulher acusada de bruxaria em 1589. Segundo os registros, ela havia criado um espelho que capturava almas, condenando aqueles que o encarassem a vagar entre os mundos para sempre.
Quando o padre finalmente olhou fixamente para o espelho, ele viu algo que o fez gritar até perder a voz. Ninguém soube o que ele testemunhou, mas na manhã seguinte, seu corpo foi encontrado diante do objeto, seus dedos ensanguentados tentando arranhar o vidro, como se quisesse escapar de algo do outro lado.
O Fim (ou o Começo?)
Com medo de que a maldição se espalhasse, os aldeões decidiram selar o espelho em um caixão de chumbo e jogá-lo no lago mais profundo da região. A neve continuou a cair, e lentamente, os eventos foram sendo esquecidos.
Mas até hoje, nas noites de inverno, quando o vento silva entre as montanhas, os moradores mais velhos de Monte Bianco juram que, se você olhar de perto para a superfície gelada do lago, poderá ver um reflexo que não é o seu.
E às vezes, esse reflexo… olha de volta.
Nota do Autor:
Esta história é inspirada em relatos reais de objetos amaldiçoados na Europa do século XVIII, especialmente os chamados "espelhos das bruxas", que supostamente capturavam almas. A região dos Alpes italianos tem diversas lendas sobre maldições ancestrais, e o inverno de 1766 foi de fato registrado como um dos mais mortais da história local.
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