Noticias do mundo Putin Propõe Negociação Direta com a Ucrânia, mas Zelensky Exige Cessar-Fogo Antes de Dialogar

 

Noticias do mundo Putin Propõe Negociação Direta com a Ucrânia, mas Zelensky Exige Cessar-Fogo Antes de Dialogar


fonte da imagem: Poder 360


Enquanto o líder russo sinaliza abertura para conversas de paz, presidente ucraniano condiciona diálogo ao fim imediato das hostilidades. Será este o primeiro passo para o fim da guerra?







Kiev, 11 de maio de 2025 — O sol da manhã ainda não havia clareado completamente as ruas de Kiev quando a notícia chegou: Vladimir Putin, o presidente russo, anunciou neste domingo (11) que está disposto a retomar negociações diretas com a Ucrânia para pôr fim a um conflito que já dura mais de três anos. A declaração, feita em um discurso transmitido pela televisão estatal russa, ecoou como um raio em um céu até então carregado de incertezas. Do outro lado da fronteira, a resposta de Volodymyr Zelensky foi rápida e clara: a Ucrânia está aberta ao diálogo, mas só depois de um cessar-fogo verificável.

Aqui, na capital ucraniana, onde os vestígios da guerra ainda são visíveis em edifícios destruídos e na tensão que paira no ar, a população reage com um misto de esperança e ceticismo. "Já ouvimos promessas antes", diz Oleksandr, um professor de história que perdeu seu apartamento em um bombardeio no ano passado. "Mas se isso significar menos mortes, vale a pena tentar."

A Proposta de Putin: Uma Abertura Sincera ou Estratégia Política?

No centro da proposta russa está a retomada de negociações bilaterais, sem mediação externa — algo que Moscou vinha evitando nos últimos meses, insistindo em acusar o Ocidente de prolongar a guerra. "Estamos prontos para sentar à mesa com Kiev e discutir soluções realistas", afirmou Putin, sem entrar em detalhes sobre quais concessões estaria disposto a fazer.

Analistas ouvidos para esta reportagem apontam que o movimento pode ser tanto uma tentativa legítima de desescalar o conflito quanto uma manobra para aliviar a pressão internacional sobre a Rússia, que enfrenta sanções econômicas crescentes e um desgaste militar significativo. "Putin precisa mostrar que está aberto à paz, especialmente diante de uma opinião pública doméstica que começa a questionar os custos da guerra", explica Tatiana Stanovaya, especialista em política russa.

fonte da imagem: O Globo




Além disso, a proposta coincide com relatos de dificuldades logísticas do exército russo em sustentar ofensivas em larga escala, o que poderia estar forçando o Kremlin a buscar uma saída diplomática — ainda que temporária.

A Resposta de Zelensky: "Cessar-Fogo Primeiro, Depois Conversamos"

A reação ucraniana não tardou. Em uma coletiva de imprensa realizada poucas horas após o anúncio de Putin, Zelensky classificou a proposta como um "sinal positivo", mas foi enfático ao estabelecer condições. "Não podemos negociar enquanto os ataques continuam. Um cessar-fogo total e verificável é o mínimo para demonstrar boa fé", declarou.

O presidente ucraniano também destacou a necessidade de garantias internacionais para qualquer acordo futuro, referindo-se claramente ao temor de que a Rússia use negociações para recompor suas forças e retomar a ofensiva posteriormente. "Não vamos repetir os erros do passado", afirmou, em uma alusão aos fracassados acordos de Minsk em 2014-2015.

Nos bastidores, fontes próximas ao governo ucraniano revelam que há divisões sobre como proceder. Enquanto alguns assessores defendem explorar a abertura russa, outros temem que qualquer concessão seja vista como fraqueza. "A questão é: o que Putin realmente quer? Se for apenas uma trégua para ganhar tempo, não estamos interessados", disse um alto funcionário sob condição de anonimato.

O Ceticismo Ocidental e o Papel dos EUA

A comunidade internacional acompanha o desenrolar dos eventos com cautela. Em Washington, o governo Biden afirmou que "apoia qualquer esforço genuíno de paz", mas alertou para a possibilidade de "táticas de manipulação" por parte de Moscou. Um porta-voz do Departamento de Estado declarou que os EUA continuarão a fornecer apoio militar à Ucrânia até que "uma paz justa e duradoura" seja alcançada.

Enquanto isso, na Europa, líderes como o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz já sinalizaram disposição para mediar novas rodadas de negociação, mas insistem que qualquer acordo deve respeitar a soberania territorial ucraniana — um ponto que permanece espinhoso, dado que a Rússia ocupa cerca de 18% do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia.

A Voz das Ruas: Entre o Cansaço da Guerra e a Desconfiança

fonte da imagem: G1 Globo



Em Kiev, Lviv e outras cidades ucranianas, a população parece dividida. Para muitos, a simples menção de negociações traz um alívio após anos de sofrimento. "Meu filho está no front há meses. Se há uma chance de ele voltar vivo, quero que o governo a aproveite", desabafa Maria, uma enfermeira de 52 anos.

Por outro lado, há quem veja a proposta russa com desconfiança. "Eles não mudaram. Só querem uma pausa para atacar de novo", diz Andriy, um veterano de guerra que perdeu a perna em uma batalha no leste do país.

O Que Esperar dos Próximos Dias?

Diplomatas acreditam que, se as partes concordarem com um cessar-fogo temporário, as negociações poderiam ser retomadas em um formato semelhante ao de Istambul em 2022 — quando as duas nações chegaram a um rascunho de acordo, posteriormente abandonado pela Rússia. No entanto, os obstáculos são enormes: desde a definição de fronteiras até o destino de regiões disputadas como Donbas e Crimeia.

Enquanto isso, o mundo segura a respiração. A guerra na Ucrânia já custou centenas de milhares de vidas e deslocou milhões de pessoas. Se esta nova abertura for genuína, pode ser o início do fim de um dos conflitos mais devastadores do século XXI. Se for apenas mais uma jogada estratégica, a tragédia continuará — e a esperança de hoje se transformará em mais um capítulo de decepção.

Uma coisa é certa: o caminho para a paz, se é que existe, será longo e cheio de armadilhas.

fonte da imagem: G1 Globo


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