A Maldição da Cadeira Elétrica: Vozes do Além e Descargas de Terror”


Eu nunca imaginei que um dia colocaria os pés em um museu onde a história encontraria o sobrenatural de forma tão perturbadora. Desde jovem, sempre fui atraído por histórias de mistério, mas a visita ao Museu do Antigo Sistema Penal mudou completamente a minha perspectiva. Naquele dia, eu me deparei com a relíquia mais aterrorizante que já testemunhei: uma cadeira elétrica original, usada nos anos em que a pena de morte era legalizada em muitos países. Não era apenas um símbolo de justiça controversa, mas algo muito mais sombrio.

Assim que entrei no salão onde a cadeira estava exposta, um arrepio percorreu minha espinha. Ela era imponente, feita de madeira escura e aço, com tiras de couro desgastadas que seguravam aqueles condenados a morrer. Mas não era só a aparência que me incomodava. Havia algo naquele ambiente, algo que parecia quase... vivo.



O guia do museu começou a contar a história da cadeira. Ele explicou que esta em particular havia sido usada em várias execuções antes de a pena de morte ser banida no país. “Muitos dizem que objetos absorvem a energia de eventos significativos”, comentou ele, com um tom grave. “E esta cadeira? Bem, ela tem fama de carregar algo que não é deste mundo.” O grupo riu nervosamente, mas eu senti algo estranho no ar. Era como se o espaço ao redor da cadeira estivesse mais frio, mais pesado.

Enquanto ouvia a explicação, uma das luzes do teto piscou. “Acontece o tempo todo”, o guia disse casualmente, mas a inquietação no seu rosto entregava outra coisa. Ele continuou: “Há relatos de funcionários do museu ouvindo gritos durante a noite, vindos deste salão. Alguns juram que sentiram choques ao se aproximarem da cadeira, mesmo quando não há eletricidade conectada a ela.”

Eu ri, achando que era uma estratégia para tornar a visita mais emocionante, mas algo em mim estava cada vez mais desconfortável. Decidi me aproximar da cadeira para observar os detalhes. Quando cheguei perto, notei pequenas marcas nas tiras de couro – arranhões. Como se alguém tivesse lutado desesperadamente para se libertar. E foi então que aconteceu.

Senti uma leve vibração no ar, como se um campo elétrico invisível estivesse ao meu redor. Minha pele se arrepiou, e um som baixo, quase imperceptível, pareceu ecoar de dentro da cadeira. Era um murmúrio, quase um sussurro. Dei um passo para trás, tentando ignorar o que acabara de experimentar. “Deve ser minha imaginação”, pensei.

Mas minha inquietação só aumentava. Uma mulher do grupo, que também havia se aproximado da cadeira, gritou e recuou rapidamente. “Eu senti um choque!”, exclamou, esfregando o braço. O guia tentou tranquilizá-la, mas seu rosto ficou pálido. Ele sabia que aquilo não era normal.

Decidi permanecer no museu após o horário de fechamento, algo que consegui com uma pequena contribuição financeira ao segurança. Minha curiosidade era maior que o meu medo, e eu precisava descobrir o que estava acontecendo ali. Quando a noite caiu, o silêncio do salão era absoluto, exceto pelo leve zumbido das luzes. Fiquei sentado, observando a cadeira de longe, até que, por volta da meia-noite, o inesperado aconteceu.

Um som estridente cortou o silêncio, como o estalo de uma descarga elétrica. Meu coração disparou. Olhei para a cadeira e vi algo que nunca vou esquecer: uma luz azulada, fraca, irradiava da estrutura. E então vieram os gritos. Não eram altos, mas eram angustiantes, como ecos de dor que pareciam vir de todos os cantos do salão. A cadeira parecia pulsar, vibrar, como se estivesse viva.

Tentei me aproximar, mas meu corpo parecia paralisado, preso pelo medo. Quando finalmente consegui dar um passo à frente, senti um choque fraco percorrer meu braço, mesmo estando a metros de distância. A cadeira estava carregada de algo que a ciência não conseguia explicar. Algo que não era deste mundo.



Na manhã seguinte, relatei minha experiência ao diretor do museu, que, para minha surpresa, não parecia surpreso. Ele apenas balançou a cabeça e disse: “Você não é o primeiro a testemunhar isso. Essa cadeira carrega a dor e o sofrimento de todos que passaram por ela. Alguns acreditam que as almas daqueles executados ainda estão presas ali, buscando justiça ou vingança.”

Desde aquele dia, nunca mais olhei para a história da pena de morte da mesma forma. A cadeira elétrica, um instrumento de punição final, tornou-se algo além de uma ferramenta de justiça. Transformou-se em um portal para algo inexplicável, um lembrete sombrio de que o sofrimento humano deixa marcas profundas – até mesmo no tecido da realidade. E, talvez, algumas coisas simplesmente não devam ser esquecidas.


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